Temos percebido através dos estudos e reflexões que tudo que sabíamos sobre os espaços destinados as crianças pequenas vem sendo questionado.
Esforços formativos tem sido realizados para que ampliemos nossas concepções sobre o assunto, se perguntados todos sabemos bem o que responder... mas bem lá no fundo sabemos mesmo como essas informações devem ser inseridas em nossas práticas?
Temos pensado nos espaços quando propomos as brincadeiras as crianças? Se pensamos no espaço ele é visto sob o olhar de quem? Nosso? Das crianças?
aprendemos que é preciso planejar nossas ações cotidianas e estamos nos empenhando em realizar os melhores planejamentos possíveis mas para quem as propostas estão sendo pensadas? Estamos conseguindo respeitar os tempos nesses planejamentos? E os espaços? Estamos propondo experiencias significativas?
São tantas as duvidas e incertezas que muitas vezes nos sentimos literalmente sem chão... e agora o que fazer?
Relembrando nosso ultimo estudo e aproveitando as idéias apresentadas no texto que lemos vamos começar a pensar em nossas vivencias e experiências para então podermos visualizar nossas crianças e os espaços.
Descobrimos nas ultimas semanas que a experiência de aprender supera os momentos de atividades dirigidas registradas em nossos roteiros semanais então deixemos de lado por alguns momentos nossa "armadura de professor" e vamos buscar em nossas memórias momentos significativos que vivemos...
" Lembro que quando era pequena adorava ficar numa ameixeira que ficava em nosso quintal, para meu conforto e segurança meu avô fez uma pequena plataforma de madeira e empoleirada ali vivi deliciosos momentos" A.N
"Até hoje lembro com saudade das historias que meu pai contava sobre a Russia, seus reis e castelos...como amava ouvi-lo falar sobre o lugar onde nasceu. Acredito que esses momentos foram a inspiração para que mais tarde me encantasse com a leitura e o mundo das historias!" O.R
Pequenos relatos que nos fazem pensar num ponto extremamente importante nessa discussão: essas e outras experiências aconteceram fora dos contextos escolares... Por quê?
Todos sabemos que quando falamos de memoria afetiva dificilmente nos reportamos a experiencias acontecidas nos ambientes escolares... as lembranças que temos desses espaços são tristes, sombrias ou pouco significativas... por quê?
Talvez se começarmos nossas reflexões por esse viés consigamos compreender melhor a diferença entre vivência e experiência?
Não estamos aqui tratando de um julgamento muito pelo contrario o que precisamos é avançar em nossa compreensão sobre como as crianças aprendem.
Segundo a Silvana as experiencias de aprendizagem precisam ser organizadas pelos adultos com a participação das crianças mas precisam ser "vividas" por elas em todas as suas nuances e desdobramentos
"Para a criança, o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto, o espaço é sombra e escuridão, e grande, enorme ou, pelo contrário, pequeno: é poder correr ou ter que ficar quieto...é em cima, embaixo, é tocar ou não chegar a tocar, é barulho forte, forte demais ou pelo contrário, silêncio, é tantas cores, todas juntas ao mesmo tempo, ou uma unica cor grande ou ainda nenhuma cor...Battini
Estamos no inicio dessa caminhada, precisamos compreender a diferença entre vivencias e experiencias e isso exige estudos e discussões que a falta de permanecia, torna mais morosa, Mas para começar já estamos permitindo que nossas crianças brinquem mais fora das salas de atividades, testando suas hipóteses ...
É o que temos ... mas a caminhada sempre inicia com os primeiros passos!!!!!