Vamos aproveitar a data para conversar um pouco sobre o frisson que as " chamadas datas comemorativas" causam entre os profissionais da Educação Infantil.
Nossas diretrizes não sinalizam para um trabalho a ser realizado com o tema, no entanto, precisamos compreender que o que não cabe é um trabalho pautado em cantar os cinco indiozinhos com as crianças, já que essa é a data em questão, pintando seus rostos para que se sintam "indígenas" ou ainda trazer diferentes desenhos para que as crianças passem muito tempo debruçadas sobre as mesas colorindo-os.
Será essa a unica maneira de tratar de um assunto tão rico?
Que outra proposta poderia ser usada então?
As crianças são muito pequenas e não compreendem muita coisa.
A atenção delas é minima não sendo necessários tantos esforços!
Essa linha de raciocínio não esta errada, mas diz respeito a uma visão de criança que não sabendo absolutamente nada precisa receber o conhecimento em doses homeopáticas. Isso sim está errado, já que a visão de criança que os profissionais compromissados devem ter é a que respeita criança enquanto ser humano, dotada de saberes que se ampliam e transformam na relação com os outros e com o meio.
Voltemos então ao inicio da conversa, nesse contexto o trabalho com os povos indígenas perde o status de data comemorativa sendo elevado a categoria de cultura, que precisa ser apresentada as nossas crianças exatamente por serem tão pequenas e precisarem de repertório para que se reconheçam nesse contexto, alias isso é trabalhar identidade!
Feitos os devidos esclarecimentos algumas sugestões para o trabalho:
Imagens: as crianças são visuais e as imagens facilitam a leitura de um mundo que as crianças ainda não conhecem.
Videos: Com imagens, músicas e danças para que as crianças exercitem seus sentidos.
Comparando semelhanças e diferenças entre os alimentos , as brincadeiras, a sonoridade das palavras.
Artesanato:
Existe uma infinidade de propostas muito mais ricas e interessantes que as citadas no inicio dessa conversa.No entanto contrariando os que acham fácil trabalhar com os pequenos, exige pesquisa e aprofundamento dos profissionais.
Pensem: a responsabilidade de apresentar o mundo a essas crianças está em nossas mãos, um mundo lindo cheio de nuances, cores, tons, sabores... cheio de vida, encantamentos e desafios cada profissional precisa ter consciência de que a maneira que escolhe para fazer isso não está nem certa nem errada, apenas caracteriza o mundo de seu ponto de vista então o melhor caminho não é perguntar se pode ou não fazer determinada ação, a verdadeira pergunta deve ser como vou apresentar tal situação? Que mundo estou apresentando as crianças sob minha responsabilidade? Que memórias as crianças terão do tempo que compartilhamos... pois no fim das contas estaremos nos vendo em cada um deles!!!!!