O mês de março chegou e com ele é hora de efetivarmos as matriculas novas.
A Unidade está numa agitação enorme... Há uma energia diferente no ar!
Cada sala estará recebendo crianças novas...
E agora o que fazer???
São famílias totalmente inseguras em "confiar" a estranhos seus bens preciosos, são profissionais preocupados com as novas responsabilidades, crianças insatisfeitas com mais crianças com quem dividir espaços e atenções. Ufa!!!! Um verdadeiro caos!!!!
Para nos ajudar a pensar melhor esse momento, temos estudado um pouco pois há uma "suposta sobreposição" nas ações esperadas: antes se falava em "adaptação" e essa cultura dizia respeito a diminuição de carga horária das crianças novas. Depois passou-se a falar em acolhimento, mas de fato o que isso significa na prática????
Estudamos um pouco sobre o significado das palavras e descobrimos que não se sobrepõe por não significar a mesma coisa.
Cisele Ortiz nos ajuda a refletir sobre esse momento desafiador para todos os envolvidos.
Precisamos ter em mente que os profissionais da Unidade precisam se preparar para "acolher" as crianças e seus familiares e que em contra partida as crianças e os familiares precisarão se "adaptar" a realidade da unidade.
Partindo desse pressuposto é preciso que as reflexões sejam aprofundadas nos levando a questionar a " adaptação" enquanto redução de carga horária: A quem de fato essa redução favorece? Se a criança não conhecer a rotina do dia na turma em que está ingressando poderá se adaptar a ela? È possível haver adaptação do desconhecido?
Sair antecipadamente não garante a criança conhecimento da nova realidade. As justificativas dadas para essa ação são: o choro da criança, o desconforto, a insegurança. Todos esses sentimentos estarão presentes até que essa criança se sinta segura nesse espaço e com essas pessoas e isso não acontece de imediato, cativar exige tempo, exige disposição, exige enfrentamento e acolhimento elementos que deixam de estar presentes se essa criança é dispensada antes. Essa dispensa não ajuda a criança a se adaptar a nova realidade pois cria uma ilusão de que o tempo para se estar longe de casa é infimo e essa situação gera ansiedade o que dificultará o processo tornando-o em uma experiência ruim.
Como profissionais devemos estar atentos a essa realidade: as crianças que estaremos recebendo não conhecem o mundo para além de seus familiares e esses familiares não nos conhecem a ponto de estarem a vontade conosco.
Nosso desafio é acolhe-los de maneira que possam confiar em nós aprendendo a reconhecer o trabalho que fazemos.
Para saber mais a sugestão é a leitura do texto: Adaptação e Acolhimento: Um cuidado inerente ao projeto educativo da instituição e um indicador de qualidade do serviço prestado pela instituição da Cisele Ortiz.