CMEI VILA LORENA

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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A palavra de ordem é BRINCAR!

       No decorrer de nossa caminhada já aprendemos que "o brincar" é a base do trabalho a ser realizado na Educação Infantil, no entanto no decorrer dessa mesma caminhada fomos bombardeadas por ações que determinaram esse brincar no cotidiano e nem sempre tinham uma coerencia muito clara. Passamos então a esperar que "nos dissessem a que brincar" estavam se referindo os que determinavam o que devíamos fazer em sala. Uma infinidade de concepões foram inseridas em nossos   estudos, apresentadas nos roteiros que precisávamos preencher e cobradas na forma como desenvolvíamos nosso trabalho. UFA!!!!!
       Todo o empenho e esforços desprendidos nessa caminhada foram validos pois nos ajudaram a chegar onde estamos hoje: Num processo de ensino-aprendizagem em que as interações  que respeitam nossos saberes nos ajudam a construir aprendizagens baseadas em experiências significativas para todos os envolvidos.
         Nesse contexto temos "reaprendido" o conceito de brincar e o estamos incorporando ao respeito aos tempos e espaços das crianças além de ressignificar materiais e brincadeiras...
     Quem diria ...
     O que um tecido amarrado pode proporcionar a um grupo de crianças do pré I transbordando de sonhos, desejos e muita imaginação!!!!!
     Ao olharmos essas imagens sentimos empatia pela situação mas também podemos nos perguntar: Como foi feito esse planejamento? O que foi registrado no roteiro semanal?
     Perguntas pertinentes já que estamos falando de trabalhos desenvolvidos por profissionais.
     De acordo com o que  temos estudado oportunizar experiências significativas às crianças exigirá de nós antes de mais nada, nos despirmos da  forma como fomos ensinadas a olhar para o planejamento e principalmente para o roteiro semanal. Por quê?
     Porquê na perspectiva dos campos de experiência temos percebido que planejar "atividades", brincadeiras e ações que serão realizadas num determinado tempo por todas as crianças, sejam em pequenos grupos ou com a turma toda nem sempre surtem os resultados desejados e ainda acabam por não respeitar as crianças já que o que fazemos foi escolhido pelos adultos que alimentam expectativas a partir de suas referências e repertórios. Então o roteiro semanal passa a compor os elementos a serem usados, os espaços que podem ser aproveitados mas o que se fazer com esses elementos e em  quanto tempo depende da turma, de seus interesses, do repertório apresentado a elas em momentos de apreciação, riquissimos para que consigam desenvolver seus conhecimentos enquanto testam suas hipoteses. Nesse contexto o certo e o errado não existem e os resultados não podem ser mensurados previamente porque não existem respostas únicas mas uma infinidade de possibilidades para cada momento, brinquedo ou brincadeira.
       Fácil????
       Lógico que não! Esse processo envolve bem mais que "ter tempo para sentar e planejar", pois trata de mudanças estruturais do que acreditávamos ser o " trabalho do professor", trata-se de rever a identidade desse profissional a cada escolha, ação, discurso ou silêncio. Fazer essa reconstrução enquanto nos reinventamos a cada instante, com as condições que temos é o nosso desafio diário.Levantarmos todos os dias e nos dirigirmos para nosso local de trabalho enfrentando o medo, a insegurança, as incertezas e incompreensões que também acompanham esse processo com a nítida sensação de que estamos nadando contra a maré muitas vezes nos faz congelar, mas quando vemos o sorriso sincero das crianças que se mostram felizes em estar conosco, quando obtemos avanços, mesmo que pequenos com nossas turmas, colegas de trabalho e familiares, respiramos fundo, secamos as lágrimas, unimos as mãos e decidimos continuar porque acreditando que estamos no caminho certo e já aprendemos que por mais intensa e escura que a noite possa ser... sempre haverá um novo dia!!!!!!