CMEI VILA LORENA

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terça-feira, 5 de setembro de 2017

A prática na prática, como assim?

     Nossas práticas cotidianas estão na "berlinda" e isso assusta!
     As reflexões que temos feito nos ajudam a olhar de novo e de novo e de novo para aquilo que considerávamos consolidado no cotidiano. E  o que estamos vendo?
     Temos visto comportamentos resultantes de decadas de cobranças e que resultaram em algumas práticas sem muito sentido, por exemplo: aprendemos que no inicio do dia precisamos realizar o que chamamos de rotina com chamada, troca de roupa, leitura, rodas de conversa e nos empenhamos em que todas as crianças executem as tarefas com atenção. Porém quando passamos a ver a rotina não mais como tarefa dos profissionais mas como espaço de experiência das crianças a execução dessas  tarefas começa a perder a função e o que fazer então?
     Começamos flexibilizando os momentos. 
    Como assim? Cada grupo tem realizado essas tarefas nos momentos em que elas sejam mais significativas para a turma e o que é melhor, não acontecem simultaneamente  para a turma inteira.
     O que essa mudança tem a ver com o trabalho pedagógico?
    Tudo. Porque se olho para essa criança com o respeito que ela merece sei que não preciso " cobrar" que todas troquem de roupa quando eu considero ser o melhor momento por compreender que o melhor momento será quando a criança sentir necessidade de fazê-lo.
     E que aprendizagens essa ação proporciona?
    O exercício da autonomia com o conhecimento do próprio corpo, suas necessidades e desejos, ferramenta importantíssima para o desenvolvimento das crianças e matéria prima que vinha sendo deixada de lado porque ao fazermos as trocas mecanicamente cumprindo a rotina não estavamos permitindo que as crianças exercitassem a autonomia tão propagada e no fim tínhamos que "planejar atividades" artificializando as ações por entender que tínhamos que trabalhar com a autonomia.
      Nossa que confusão! Isso mesmo uma enorme confusão que vem cerceando nossa condição de compreensão do papel do profissional principalmente na Educação Infantil.
      Mas é bom saber que aos poucos estamos construindo nossa identidade profissional por acreditarmos no que fazemos!
        Algumas ações que nos ajudarão a compreender melhor o que estamos fazendo:

     Já compreendemos que a organização da sala é materia prima do trabalho pedagógico, num primeiro momento trouxemos essa organização como atividade a ser ensinada as crianças;



     Nesse caminho de reflexões que estamos fazendo fomos percebendo que a "aula" de dobradura não atingia nosso objetivo, pois as crianças ficavam olhando a professora executar os movimentos e depois precisavam realizá-los o mais próximo possível do modelo, os que não conseguiam sentiam-se frustrados e desistiam da tarefa.
     Como resolver a situação?
     O texto da Silvana que trata das vivências e experiências nos ajudou a avançar e agora estamos empenhadas em  oportunizar experiências significativas que ajudem as crianças a se desenvolverem melhor.
     Percebemos que " o siga o modelo" pode muito bem ser subtituido pelo " que podemos fazer juntos"? E que ao oportunizarmos que as crianças sejam envolvidas na resolução dos problemas reais do cotidiano somos surpreendidas com a capacidade que apresentam.

     Ao deixar que as crianças encontrem o melhor jeito de organizar  o cotidiano sem querer  que façam as coisas da maneira como a professora faz, não cobrando ações simultaneas para todas as crianças fomos incorporando o significado das experiências e temos constatado que todos estão aprendendo muito mais e de forma significativa.